Emdurb retira radares, mas não dá detalhes sobre motivos para desativar dispositivos

A Emdurb (Empresa de Mobilidade Urbana de Marília), retirou dois radares que estavam instalados nas avenidas Santo Antônio (Centro) e Castro Alves (Norte). Segundo nota enviada pela prefeitura, a retirada atendeu reivindicação de vereadores e pedido da população de Marília.

A Prefeiutra de Marília informa ainda que, segundo o diretor presidente da Emdurb, Valdeci Fogaça de Oliveira, a empresa responsável pelo monitoramento eletrônico das ruas e avenidas de Marília vai tirar de operação, nestes primeiros dias, ao menos dois equipamentos. “Após as solicitações dos vereadores, foi organizada uma reunião, envolvendo os parlamentares e os responsáveis pela empresa. Foi apresentado um estudo, conde consta a possibilidade de readequação”, afirmou Fogaça.

Entre os parlamentares convidados para o encontro, que aconteceu em 29 de abril, estavam a professora Daniela D’Ávila (PL), Rogério Alexandre da Graça, o Rogerinho (PP), Marcos Santana Rezende (PSD), Sérgio Nechar (PSB) e um representante do vereador Júnior Moraes (PP). Eles tiveram acesso ao suposto estudo que apontou a possibilidade de retirada dos equipamentos.

Apesar de mencionar o tal “estudo”, em várias partes do texto distribuído à imprensa, a administração municipal não informa qual foi a conclusão ou resultado desse levantamento. Apenas que chegou-se a conclusão de que seria possível retirar os radares mencionados. “Ao longo das próximas semanas, novas adequações virão”, encerra o texto, de forma superficial.

Localização e estudo técnico

Desde que foram instalados, em maio de 2023, os radares vêm sendo alvo de questionamentos e apontamentos sobre possíveis irregularidades. O especialista em trânsito e consultor do programa Agora Interior, Marcos Farto, já denunciou que a instalação dos aparelhos ocorreu mediante uma série de irregularidades.

Entre elas, de que o estudo para identificar os locais onde seriam instalados os dispositivos teria sido feito após a instalação. Segundo o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) é preciso fazer o estudo primeiro, para depois definir onde os radares deveriam ser instalados. Também é questionada a formação do profissional que ficou responsável por assinar esse estudo. Ele seria um engenheiro elétrico e não de trânsito, como também prevê a lei.

Valores desconhecidos

Outro aspecto que também incomoda o cidadão e alguns vereadores no Legislativo é o montante já arrecado com as multas aplicadas no município. O vereador e presidente da Câmara, Eduardo Nascimento, aprovou uma lei que exige a divulgação dos valores e onde os recursos arrecadados estão sendo aplicados.

Para descumprir a determinação, a administração municipal recorreu à Justiça e conseguiu uma liminar, para não disponibilizar os valores no Portal da Transparência ou site oficial do município. “A principal pergunta que fazemos é quanto ao que o prefeito Daniel Alonso (PL) quer esconder. O projeto solicita apenas o valor total arrecadado e onde o dinheiro foi aplicado”, avaliou Nascimento.

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