Após 18 Anos, Conferência renova esperança em carreira única para trabalhadores do SUS
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Após quase duas décadas de espera, a criação de uma carreira única para os trabalhadores do SUS (Sistema Único de Saúde) volta ao centro das discussões nacionais. A Conferência de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, uma das principais diretrizes definidas durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde realizada no ano passado, foi retomada em um evento nacional que reúne representantes de todas as regiões do país, em Brasília, entre os dias 10 e 13 de dezembro.
A proposta busca corrigir lacunas históricas relacionadas à precarização do trabalho no SUS, evidenciadas com intensidade durante a pandemia de Covid-19. Tereza Aparecida Machado, coordenadora estadual da conferência e uma das líderes do movimento, enfatiza a importância do momento. “A Covid mostrou para nós a realidade do trabalhador na rede do SUS. Nosso sistema é maravilhoso, mas estava sendo sucateado, principalmente em relação à mão de obra. Agora é hora de mudar isso”, destacou.
A conferência marca a renovação de uma luta histórica e tem como objetivo principal consolidar uma carreira única, estruturada e valorizada para os trabalhadores da saúde pública no Brasil. Segundo Tereza, essa conquista é crucial para garantir um SUS fortalecido e sustentável no futuro.
Marília: pioneirismo e liderança
Marília, município do interior de São Paulo, tem se destacado como exemplo na mobilização para a conferência. Foi na cidade que aconteceu a primeira Conferência de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, organizada pelo Conselho Municipal de Saúde. O evento reuniu delegados locais que avançaram para as etapas macro e estadual, culminando na eleição de representantes para a conferência nacional.
“A primeira conferência de Marília foi fundamental para dar o pontapé inicial nesse processo tão esperado”, relata Tereza. Como presidente do Conselho Municipal de Saúde da cidade, ela se orgulha do papel desempenhado pelos participantes locais. “Marília levantou a bandeira e se destacou como exemplo de mobilização e comprometimento com a valorização dos trabalhadores do SUS”, explicou.

No cenário estadual, os esforços se intensificaram. Delegados eleitos na etapa macro foram selecionados para representar São Paulo na conferência nacional, demonstrando um engajamento robusto que reflete o desejo coletivo de transformar a realidade do SUS.
Vitória para os defensores do SUS
Para Tereza, que além de liderar o processo em São Paulo também coordena a Comissão de Orçamento e Finanças do Conselho Estadual de Saúde, a realização da Conferência Nacional representa uma vitória significativa. “Depois de tantos anos de luta em defesa do SUS, é emocionante ver esse movimento ganhar força novamente. É um passo fundamental para garantir que os trabalhadores sejam reconhecidos e valorizados como merecem”, ressaltou.
Ela destaca que a criação de uma carreira única não apenas beneficia os profissionais, mas também fortalece o sistema como um todo. “Trata-se de construir uma estrutura sólida para os recursos humanos do SUS, o que impacta diretamente na qualidade dos serviços oferecidos à população. Não é só uma vitória dos trabalhadores, mas de todo o Brasil”, pontua.
Pandemia como divisor de águas
A crise sanitária provocada pela Covid-19 evidenciou tanto a importância quanto as fragilidades do SUS. A falta de uma carreira única foi um dos fatores que contribuiu para a desvalorização e a rotatividade de profissionais, prejudicando o atendimento em momentos críticos. “A pandemia foi um divisor de águas. Ela escancarou as dificuldades enfrentadas pelo trabalhador da saúde e mostrou que precisamos investir urgentemente na valorização desses profissionais”, ressalta Tereza.
A conferência em Brasília reuniu lideranças de todo o país para discutir e aprovar diretrizes que servirão como base para a criação da carreira única. A expectativa é de que o movimento impulsione mudanças concretas nas políticas públicas e inspire novas iniciativas voltadas à consolidação do SUS como um sistema de saúde público, gratuito e acessível a todos.
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Um novo capítulo
Com o encerramento da Conferência Nacional, a sensação predominante entre os participantes é de esperança e determinação. “Estamos escrevendo um novo capítulo na história do SUS. É uma conquista que levará tempo, mas o primeiro passo já foi dado. Estamos mais perto de um sistema de saúde que respeita e valoriza seus trabalhadores, fortalecendo a base para um futuro melhor para todos”, finaliza Tereza.
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