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20 de maio de 2024

Crianças com síndrome respiratória estão sendo transferidas para região

Saúde
06/05/2024 18:34
Carlos Teixeira
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Marília está “exportando” pacientes de pediatria, devido ao aumento expressivo de casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na cidade. Segundo foi apurado pelo Agora Interior, ao menos quatro crianças foram transferidas para Bauru, na semana passada, devido a superlotação dos hospitais locais. A reportagem apurou ainda que a Santa Casa, o HC (Hospital das Clínicas) e o HBU (Hospital Beneficente Unimar) estão com 100% de ocupação.

Isso acontece devido ao aumento expressivo de casos de dengue, gripe e covid na cidade. A Secretaria da Saúde informou que segue o plano estadual de enfrentamento das síndromes respiratórias e que monitora a situação, mas não respondeu objetivamente se deve ampliar os leitos para atender a demanda de pacientes do município. Confira a íntegra da nota da Saúde no final deste texto.

Recurso federal

Portaria divulgada pelo Ministério da Saúde, publicada no dia 18 de abril, disponibiliza recursos financeiros aos municípios que precisarem ampliar os leitos pediátricos. Conforme o documento, assinado pela ministra da saúde Nísia Trindade Lima, é instituído “em caráter excepcional e temporário, incentivo financeiro de custeio para o atendimento de crianças com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), no âmbito da Atenção Especializada do SUS (Sistema Único de Saúde).

No artigo 4º, consta que “o incentivo financeiro de custeio será repassado na modalidade fundo a fundo aos entes federativos, em três parcelas mensais consecutivas.” A portaria tem 12 artigos e traz ainda orientações sobre a forma de pagamento, a exigência de transparência nas despesas e na divulgação da ocupação de leitos no município.

Aumento de 35% na Santa Casa

Segundo a Santa Casa de Marília, houve um aumento de 35% nos atendimentos de Sars em crianças, no Pronto Atendimento do hospital. Atualmente a unidade de saúde conta com 12 leitos de enfermaria pediátrica, seis leitos de UTI pediátrica e quatro leitos de UTI neonatal para atendimento ao SUS e Saúde Suplementar. A maioria dos pacientes é de Marília. A Santa Casa informou que não tem condições de aumentar o espaço físico para receber mais internações, pois estão “no limite” físico.

Fachada da Santa Casa de Marília - Colab./Ass. de Imprensa
Fachada da Santa Casa de Marília – Colab./Ass. de Imprensa

O HC informou que também registrou um aumento considerável nos atendimentos, como é de se esperar nesta época do ano, devido a sazonalidade dos vírus respiratórios. O hospital estadual conta com 24 leitos de enfermaria pediátrica, 12 leitos de pronto socorro infantil, sete de UTI Pediátrica e oito de UTI Neonatal

Hospital das Clínicas está com lotação máxima - Colab./Ass. de Imprensa
Hospital das Clínicas está com lotação máxima – Colab./Ass. de Imprensa

Por meio de nota, o hospital informou que está atendendo em sua capacidade máxima. Não foi informado se eles chegaram a transferir pacientes para outras cidades, mas foi apontado que a maior demanda é de pacientes de Marília. O HC atende os 62 municípios da região da DRS9.

HBU pode ampliar vagas

A mesma situação foi identificada no HBU (Hospital Beneficente Unimar), que conta com oito leitos de enfermaria e dois de UTI pediátrica. Estes leitos já são uma parceria entre o hospital e o município de Marília, em convênio assinado no ano passado e que termina em setembro. A diretoria da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário), mantenedora do HBU, informou que consegue ampliar os leitos, se houver pactuação com o município.

Hospital Beneficente Unimar consegue ampliar leitos - Colab./Ass. de Imprensa
Hospital Beneficente Unimar consegue ampliar leitos – Colab./Ass. de Imprensa

Apesar disso, a alta demanda aponta que é preciso abrir novos leitos, para atender os pacientes que estão aguardando vagas na rede hospitalar. No momento em que essa matéria era escrita (15h46 desta segunda-feira) haviam três crianças esperando vagas na UPA Norte e duas no PA Sul.

Atendimento primário nos postos

Todos os hospitais orientaram para que as pessoas devem procurar as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e USF (Unidade Saúde da Família) quando surgirem sintomas de Srag. Os postos de saúde têm estrutura para fazer as avaliações necessárias e encaminhar os pacientes ao Materno Infantil, HBU ou Santa Casa.

Mantendo sintomas, procurar as unidades de atendimento emergencial da rede pública (UPA ou PA) ou rede privada. Nos casos extremos, não havendo vagas nos hospitais de Marilia, eles estão sendo transferidos para cidades da região. A diferenciação de casos, é possível somente com exames laboratoriais específicos (covid, influenza e vírus sincicial respiratório). Todos têm transmissão inter-humana, por via respiratória.

Resposta da Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde de Marília respondeu de forma vaga se tem alguma estratégia para atender a demanda crescente de casos de SRAG em crianças. Em resposta à demanda enviada pelo Agora Interior, a pasta informou que “o município segue o plano estadual de enfrentamento das síndromes respiratórias e que monitora a situação, fazendo ampla leitura do cenário na cidade”.

Em outro trecho, aponta que “a pasta concluiu o levantamento da quantidade de leitos disponíveis e a capacidade de ampliação. Importante explicar que a disponibilidade de leito é no âmbito região, ou seja, o recurso é proveniente do Governo Federal para o custeio da internação de todos os pacientes SUS que vivem nesta região do Estado”.

Além disso, a Secretaria informou ainda que “os leitos são finitos e a estratégia consiste em, uma vez faltando leito em determinada cidade, imediatamente ocorre a migração para o município mais próximo com disponibilidade”. E continua: “Desse modo, muitos pacientes de cidades vizinhas acabam sendo internados em Marília e, obviamente, os pacientes de Marília, uma vez ocupados todos os leitos disponíveis na cidade, são encaminhados para municípios vizinhos”. A nota encerra apontando que “a Secretaria da Saúde reivindica audiência com a DRS (Diretoria Regional de Saúde) de Marília para ampliação de leitos e disponibilidade de recursos para esta finalidade”.

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