Justiça decreta prisão preventiva de acusado após investigação sobre feminicídio

A morte de Priscila Ileschi Fernandes Soares Simões, de 44 anos, levou a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Marília a realizar uma minuciosa investigação sobre as circunstâncias do caso. Após coletar provas, ouvir testemunhas e analisar evidências, a Justiça decidiu pela conversão da prisão temporária do marido da vítima em prisão preventiva, reforçando a gravidade do crime e a necessidade de manter o acusado sob custódia.
Priscila sofreu queimaduras graves em 50% do corpo, incluindo costas e rosto, no dia 16 de fevereiro, no Jardim Luciana, zona Leste de Marília. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) socorreu a vítima, encaminhando-a ao HC (Hospital das Clínicas) local. Após dois dias, ela foi transferida para a UTQ (Unidade de Terapia de Queimados) do Hospital Estadual de Bauru, onde faleceu no dia 20.
Investigação aprofundada
O marido da vítima alegou que ambos estavam sob efeito de drogas quando Priscila teria ateado fogo em si mesma utilizando álcool. Porém, profissionais de saúde desconfiaram da versão apresentada e acionaram a DDM. A delegada Darlene Costa assumiu o caso e, ao chegar ao hospital, encontrou a vítima entubada, impossibilitada de fornecer seu relato.
A polícia iniciou buscas para localizar o marido de Priscila, que foi encontrado três dias depois e levado para a delegacia. Em depoimento, ele afirmou ter ajudado a apagar o fogo e abraçado a esposa durante o incidente. Entretanto, a delegada constatou inconsistências na narrativa, pois o acusado não apresentava marcas de queimaduras ou arranhões, apesar de ter declarado contato direto com as chamas.
Provas e indícios
Um médico legista consultado pela Polícia Civil reforçou as suspeitas ao explicar que o etanol, substância mencionada pelo acusado, queima tudo que toca, tornando a versão apresentada implausível. Além disso, a cena do crime na residência da vítima indicava sinais de violência, sugerindo um possível feminicídio.
Testemunhas relataram que Priscila já era vítima de agressões e que, na noite anterior ao incêndio, seus gritos foram ouvidos na casa. Na manhã seguinte, ocorreu o incidente que resultou em suas queimaduras fatais. Os relatos e evidências permitiram à delegada Darlene Costa solicitar a prisão temporária do acusado.

Decisão judicial
Na semana passada, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva, garantindo que o acusado permaneça detido enquanto o processo judicial segue em curso. O MP (Ministério Público) já apresentou denúncia formal pelo crime de feminicídio, reforçando o entendimento de que há indícios suficientes para levar o réu a julgamento.
A morte de Priscila e as circunstâncias que envolvem o caso evidenciam a necessidade de ampliar medidas de proteção a mulheres em situação de vulnerabilidade. O feminicídio segue sendo uma triste realidade no país, exigindo esforços contínuos para fortalecer políticas públicas, promover campanhas de conscientização e garantir justiça às vítimas.
Priscila deixou três filhos, que agora enfrentam o impacto da perda e as consequências do crime. O caso serve como um alerta sobre a importância da denúncia de violência doméstica e do papel da sociedade na prevenção desse tipo de crime.
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