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04 de julho de 2024

Mais uma baixa na economia de Marília: Kibon encerra atividades e demite cerca de 60

Marília
18/06/2024 20:28
Carlos Teixeira
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Marília registra mais uma baixa na manutenção de empregos. Desde o dia 30 de maio a Kibon, que mantinha depósito e equipe de vendas na cidade, encerrou as atividades e deu aviso prévio ou dispensou cerca de 60 pessoas. A reportagem do Agora Interior esteve no depósito, localizado na rua Francisco Fernandes Filho, 1 – Jardim Damasco III, mas não há atendimento na recepção.

O atendimento dos estabelecimentos que revendem os produtos da marca estão sendo atendidos pelo depósito de Londrina. “Está uma confusão! O abastecimento está precário, ninguém consegue dizer como vai ficar. Até o pessoal que tinha caminhão agregado está sem trabalho agora”, comentou um gerente de posto de combustíveis.

O motivo para o encerramento das operações não foi informado. A reportagem tentou contato com o depósito de Londrina, mas ninguém é autorizado a falar sobre a questão. Também foi enviada uma demanda para a Unilever, dona da marca Kibon, mas até o fechamento dessa matéria não houve resposta.

Caminhões da Kibon estacionados no pátio: fim das operações - Carlos Teixeira/Agora Interior
Caminhões da Kibon estacionados no pátio: fim das operações – Carlos Teixeira/Agora Interior

Fim da operação

Marília pode ser apenas um capítulo de uma história que vem se arrastando há alguns anos, envolvendo a Unilever e as marcas de sorvete Kibon e Ben &Jerry’s. Publicação da revista Valor Econômico (leia aqui), datada de 02 de abril de 2024, aponta para o encerramento das operações. Em um dos trechos da reportagem, consta que: “Segundo a Unilever, a operação de sorvetes poderá dar origem a uma nova empresa listada na bolsa, ou ser vendida em partes. Na visão de analistas como Bruno Monteyne, da gestora AllianceBernstein, a Unilever tentou buscar compradores, mas não encontrou interessados em pagar o preço desejado pela companhia”.

Até mesmo a guerra em Israel trouxe impactos para a marca Bem & Jerry’s. A matéria da Valor Econômico aponta essa situação: “Após a invasão de Israel pelo Hamas e o início da guerra, Anuradha Mittal, presidente do conselho independente da Ben & Jerry’s, criticou a campanha de Israel em Gaza. Mittal, que lidera o “think-tank” progressista Oakland Institute, expressou apoio à Palestina em várias postagens nas redes sociais”. Essa manifestação desagradou acionistas e inclusive consumidores da marca, trazendo mais crise ainda na divisão de sorvetes.

Outras marcas

Fachada do depósito da Kibon, já sem a placa de identificação - Carlos Teixeira/Agora Interior
Fachada do depósito da Kibon, já sem a placa de identificação – Carlos Teixeira/Agora Interior

O processo de transformação da Unilever passa também por outros produtos, muito consumidos pelos brasileiros. Assim que for concluída a transformação, o próximo passo pode ser a divisão de alimentos da companhia, que envolve marcas como a Hellmann’s e Knorr. Isso está acontecendo porque os resultados da Unilever, no segmento de alimentos, está despontando os investidores. Os produtos de cuidados domésticos e pessoais apresentam melhor resultado do que os de alimentos e, por isso, a matemática é simples: desfazer daquilo que não está dando lucro.

A previsão da Unilever é encerrar todo o processo de mudança da divisão de alimentos até 2025. Essa movimentação vem acompanhada da notícia de corte de 7,5 mil vagas de trabalho em todo o mundo e a economia de US$ 870 milhões (cerca de R$ 4,6 bilhões) de economia, em três anos.

Outra empresa

Enquanto o destino da Kibon em Marília parece estar definido, a boa notícia é de que uma outra empresa, do ramo de distribuição de alimentos,  estaria interessada e já fazendo a locação da área onde funcionava a Kibon. Segundo as informações apuradas pelo Agora Interior, o empresário que deve assumir o local é um ex-gerente da Kibon, que abriu a própria empresa e agora pode voltar a ocupar o prédio, que pertence a construtora Grafite, em uma nova operação. Ele pode inclusive ser um distribuidor Kibon, se a marca sobreviver ao processo de transformação da Unilever. No mix de produtos, estariam iogurtes, outros derivados de leite, sorvetes e frios em geral.

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