Poder Público se ausenta das discussões sobre saúde mental em fórum
O auditório da Unimar (Universidade de Marília) foi palco, no último sábado (18/05) pela manhã, do 1º Fórum Popular de Saúde Mental de Marília. Iniciativa do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Marilia reuniu dezenas de pessoas, entre representantes da saúde, lideranças de bairros, entidades sindicais, empresários e população em geral. Apesar de convidados, nenhum representante do município participou da atividade.
O 1º Fórum Popular de Saúde Mental é uma iniciativa que nasceu no começo de 2024, a partir da identificação dos problemas existentes no município. Não só a fila de espera de 3,5 mil pessoas aguardando atendimento psicológico ou psiquiátrico, mas também as deficiências na educação, cultura, lazer e outros segmentos.
Na abertura do evento, a psicóloga Nilva Regina Galletti apresentou a situação da saúde mental no Brasil e em Marilia nos últimos anos. Ela abordou a questão dos manicômios, que podem ser considerados uma tragédia no atendimento das pessoas. Muitas eram submetidas a tratamentos desumanos, com medicamentos e até mesmo agressões físicas.
Recentemente, com a política antimanicomial, a questão mudou, com o objetivo de garantir atendimento mais adequado. Conforme a profissional, ainda assim o setor ainda sofre com os problemas decorrentes da falta de politicas públicas. Em razão destas deficiências, que afetam os serviços públicos de forma geral, o assunto vem sendo discutido pelo grupo de trabalho mariliense.
Divisão em territórios
Após a abertura, os participantes foram divididos em dois grupos, representando os territórios de Marília. Representantes dos bairros das regiões Norte e Sul foram para uma sala, enquanto que os das regiões Oeste, Leste e Centro foram para outra. Durante 1h30 eles apresentaram os principais problemas e deficiências existentes nestas áreas e que precisam receber uma atenção especial por parte do Poder Público
O jornalista Carlos Teixeira, editor e apresentador do Agora no Interior, participou do grupo Norte e Sul e junto com os demais membros, identificou dezenas de problemas. Entre eles, falta de espaços de lazer, para atender a comunidade; deficiências no protocolo de atendimento; esgotamento mental de trabalhadores do serviço público municipal; descaso dos gestores em relação aos treinamentos e outras situações. “Infelizmente, foram feitos dezenas de apontamentos que mostram como faltam políticas públicas de forma geral, não somente na saúde, propriamente dita. Não há estrutura adequada na educação ou mesmo nos esportes”, destacou Teixeira.
Ao final, representantes dos dois grupos apresentaram o resultado dos debates e da roda de conversa, ressaltando a importância do 1º Fórum Popular de Saúde Mental como uma das ferramentas para discutir a questão com a sociedade. Mais uma vez a ausência de representantes do Poder Público foi destacada, pois seria uma oportunidade de debater os pontos apresentados. Apenas o vereador engenheiro Luiz Eduardo Nardi (PSDB) esteve presente, por alguns minutos, na abertura.
Realização do fórum foi possível em razão das parcerias com várias entidades. Entre elas: Defensoria Pública, por meio da Edepe (Escola da Defensoria Pública), Unimar (Universidade de Marília), Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais), Nuadh (Núcleo de Diversidade e Ações Afirmativas em Direitos Humanos), CEBs do Brasil – Diocese de Marilia, HCFamema, HBU (Hospital Beneficente Unimar), Conexão Migrante, GPSM (Grupo de Prevenção ao Suicídio de Marília), Cress-SP (Conselho Regional de Serviço Social), Crefito-3 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3ª Região) e OAB-Subseção Marília.
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