Dengue avança no Centro-Oeste Paulista: Mortes e casos alarmantes em 2024
As regiões das principais cidades do Centro-Oeste Paulista enfrentam um dos piores surtos de dengue dos últimos anos. Dados atualizados apontam um cenário preocupante, com altos índices de casos e mortes. O Estado de São Paulo lidera o ranking nacional, acumulando mais de 3 milhões de ocorrências em 2024.
No país, os números ultrapassam 6,5 milhões de casos prováveis, resultando em 5.872 mortes confirmadas. Confira abaixo como a dengue impacta Marília, Araçatuba e Presidente Prudente, cidades da área de cobertura pelo portal Agora Interior.
Marília registra 17 mortes
A situação é crítica em Marília. A Vigilância Epidemiológica confirmou mais três óbitos causados pela dengue nesta sexta-feira (6/12). Com isso, o total de mortes na cidade chegou a 17 em 2024. Outros sete casos fatais ainda estão sob investigação.
Segundo o Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual da Saúde, a cidade contabiliza 10.827 casos confirmados, além de 868 exames pendentes de resultado. Mais de 9.600 exames deram negativo para a doença. As mortes confirmadas recentemente envolvem pessoas idosas, todas com comorbidades:
15º Óbito: Homem, 88 anos, com doença cardiovascular e diabetes. Sintomas iniciaram em 1º de maio. Hospitalizado em 26 de maio, faleceu em 29 de maio; 16º Óbito**: Mulher, 91 anos, portadora de diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica e cardiopatia. Sintomas iniciaram em 30 de março. Internada em 7 de abril, morreu em 16 de abril e 17º Óbito**: Homem, 76 anos, com cardiopatia. Sintomas surgiram em 30 de maio. Internado em 5 de junho, faleceu no dia seguinte.
Araçatuba e região: 4 mortes
A região de Araçatuba também enfrenta desafios. São 4.414 casos registrados, dos quais 3.838 foram confirmados. Outros 576 casos ainda aguardam resultados laboratoriais. Até o momento, foram confirmados quatro óbitos, e um quinto segue em investigação. Cidades como Birigui, Penápolis, Barbosa e Guararapes também sofrem com o aumento expressivo de casos. A pressão sobre os sistemas de saúde na região tem sido crescente, e a preocupação com a prevenção se intensifica.
Presidente Prudente tem índices baixos
Apesar de ser uma das maiores cidades do Centro-Oeste Paulista, Presidente Prudente apresenta índices menos alarmantes. Em 2024, a cidade registrou 3.510 casos prováveis de dengue, sendo 2.891 confirmados e 619 em investigação. Apenas dois óbitos foram relatados. As autoridades locais atribuíram esses resultados às campanhas de prevenção e à rápida resposta do sistema de saúde. No entanto, o alerta permanece para evitar um agravamento do quadro.
6,5 milhões de casos no Brasil
O Brasil vive uma situação epidêmica. Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses apontam 6.590.575 casos prováveis de dengue em 2024. O coeficiente de incidência é de 3.245 casos por 100 mil habitantes. São Paulo lidera os números absolutos, seguido por Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No entanto, o Distrito Federal apresenta o maior coeficiente de incidência, com 9.876 casos por 100 mil habitantes. Minas Gerais (8.233) e Paraná (5.713) também figuram no topo do ranking.
Ações do Ministério da Saúde
Em resposta à crise, o Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância e controle em estados com alta incidência de arboviroses. Em nota, a pasta afirmou que está atualizando informações epidemiológicas e revisando estratégias de prevenção. Atualmente, o foco está em Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo. Esses estados enfrentam desafios adicionais: chikungunya em Mato Grosso, febre do Oropouche no Espírito Santo e riscos de febre amarela em Minas Gerais. O Ministério também busca ampliar a cobertura vacinal e monitorar estoques de insumos.
Como Conter a Dengue?
Especialistas reforçam que a prevenção ainda é a melhor estratégia contra a dengue. Entre as recomendações estão: Eliminar focos de água parada, onde o mosquito Aedes aegypti se prolifera; manter caixas d’água bem vedadas; utilizar repelentes em áreas de alta incidência e buscar atendimento médico ao apresentar sintomas como febre alta, dores musculares e manchas pelo corpo. A dengue é um desafio coletivo, e o engajamento de toda a população é essencial para evitar que o surto atual se torne ainda mais devastador.
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