Prefeita Samanta anuncia dívida de R$ 180 mi; ex-prefeito contesta e diz que é de R$ 64 mi
A prefeita de Birigui, Samanta Borini, juntamente com o vice-prefeito Marcelo Parizati, convocou uma entrevista coletiva para esta segunda-feira (6/1) onde anunciou que o município tem uma dívida apurada de cerca de R$ 180 milhões. Ao Agora Interior, o ex-prefeito Leandro Maffeis, informou que os números estão errados e, segundo o TCE (Tribunal de Contas do Estado), a dívida total em 31 de dezembro de 2024 é de R$ 64,8 milhões. Durante a entrevista coletiva realizada no período da manhã, Birigui também estaria enfrentando dificuldade com a logística do transporte de pacientes que necessitam de tratamento médico fora da cidade.
Além da prefeita Samanta e do vice-prefeito, participaram da entrevista coletiva, o chefe de gabinete, Paulo Batista de Souza, e o secretário de Saúde, Roque Haroldo Bomfim. Sobre a dívida herdada, a prefeita informou que R$ 100 milhões é com fornecedores, que conforme ela, não recebem desde maio do ano passado. “Vamos fazer um estudo, em cima de tudo o que estava em aberto, com esses fornecedores, para estar fazendo o acerto com todos”, afirmou Samanta.
O levantamento feito pela Secretaria Municipal de Planejamento e Finanças, mostra ainda que R$ 80 milhões são referentes a chamada dívida ‘fundada’, cujo pagamento é feito a longo prazo como, por exemplo, os financiamentos e até mesmo o Biriguiprev. A Secretaria de Planejamento e Finanças irá instituir uma comissão para acompanhar o passivo financeiro encontrado.
Folha de pagamento
Diante da situação financeira desfavorável do município a prefeita Samanta disse que não terá outra alternativa senão realizar o pagamento dos salários dos servidores municipais de maneira escalonada. A folha de pagamento mensal da Prefeitura de Birigui é de R$ 12 milhões. Os pagamentos terão início no dia 8 de janeiro, priorizando os menores salários, até que sejam todos os pagamentos concluídos.
O vice-prefeito Marcelo Parizati pediu um voto de confiança à população e aos fornecedores, afirmando que todos os problemas que envolvem a Prefeitura de Birigui hoje são financeiros. “A gente não vai conseguir colocar a casa em ordem no primeiro mês, no segundo mês. Isso é um trabalho de gestão, nós vamos ter que administrar esse débito todo”, pontuou o vice-prefeito.
Parizati disse ainda que o momento é de sentar e analisar a situação, que de acordo com ele, é muito crítica. Ele não se comprometeu em dar um prazo para fazer os pagamentos, apesar de afirmar que a Prefeitura irá regularizar a situação. “O que a gente pode afirmar é o seguinte, nós vamos solucionar o problema, o mais rápido possível”, declarou.
Veículos sucateados
Samanta Borini aproveitou a presença dos jornalistas para explicar, de forma detalhada, as medidas adotadas para que nenhum paciente do município que precisa de transporte para tratamento médico fora da cidade, fique desassistido.
Um decreto foi publicado no final da semana passada para oficializar a situação crítica encontrada no transporte da saúde. No documento a prefeita também elencou medidas adotadas para atenuar o dano aos pacientes, que estavam sem transporte desde o dia 12 de dezembro do ano passado.
“Estamos usando veículos da Educação e da Assistência Social e, desde o dia 1º de janeiro, quando assumimos a Prefeitura, nenhum munícipe ficou sem o transporte para atendimento na saúde, fora de Birigui”, explicou a prefeita. A próxima etapa, conforme a prefeita, é reorganizar a frota da saúde e melhorar a escala de horários para os pacientes.
Outro lado
O Agora Interior recebeu nota do ex-prefeito Leandro Maffeis, que contesta as alegrações da prefeita Samanta Borini. Ele apontou que recebe “com elevado espanto” as declarações da Prefeita Samanta Borini e de sua equipe recém empossada, proferidas na coletiva de imprensa deste dia 06/01/24.
“Muitos dados e informações foram apresentados fora de contexto e distantes até mesmo das previsões mais pessimistas do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que estimavam cerca de R$ 64 milhões de déficit. Alguns fatores são importantes e não foram mensurados na entrevista. Primeiro, os dados não estão consolidados, pois o balanço de dezembro ainda não foi finalizado”, alegou.
Em outro trecho, ele diz que “nessa linha, não foram apresentados dados e planilhas para fundamentar as alegações, sendo importante para todos a explicação técnica da forma como o valor foi alcançado. Pois apenas a declaração de uma quantia é insuficiente para demonstrar o estado de coisas, pairando apenas no campo da especulação. Por fim, e não menos importante, se faz necessário verificar a situação financeira encontrada quando a gestão anterior assumiu o município, pois, o que pode parecer um agravante, no final das contas pode ser um cenário inevitável, ou mesmo adequado, dadas as circunstâncias”.
Encerrando a nota, Maffeis aponta que “por isso, ao agente público, sobretudo do Poder Executivo, é imperioso trazer dados e informações acompanhadas da fundamentação, pois os impactos de um discurso oficial são mais elevados do que aqueles vindos de conversas informais. Registro, por fim, que amanhã mesmo (7/1) estou solicitando todos os documentos que levaram o governo Samanta Borini à se manifestar nos termos da entrevista. Afinal, por mais criticado que seja, sou cidadão biriguiense”.
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