Servidores vivem o caos e abandono em prédios públicos
Central de ambulância e até unidades de saúde têm graves problemas que afetam a segurança dos(as) servidores(as) e usuários
Enquanto o prefeito Daniel Alonso (sem partido) posava para fotos durante a entrega de uma premiação pela capacidade de leitura dos estudantes marilienses, a realidade nas escolas e outros locais que atendem crianças e adolescentes é de abandono e caos.
A situação motivou inclusive o vereador Sérgio Nechar (PSB), que é aliado do prefeito, a denunciar a situação de abandono do Caps-I (Centro de Atendimento Psicossocial Infantil) Catavento. Ele apontou a existência de rachaduras e até mesmo infestação de cupim no imóvel. “Eu faço um apelo às nossas autoridades, ao prefeito Daniel Alonso, para que olhe com carinho a situação do Caps-I. Não é aceitável imaginar que nossas crianças sejam atendidas em um prédio nestas condições”, destacou ao usar a tribuna da Câmara.
O Caps-I tem acolhimento no horário entre as 7h às 13h e escuta entre as 7h e 17h. Ao todo são atendidas 105 crianças e adolescentes, com idade entre 5 e 18 anos. Se não bastassem os problemas estruturais, há também déficit de pessoal. Há um ano a unidade ficou sem um auxiliar administrativo, que até agora não foi reposto. Os(as) demais servidores(as) acumulam a função, precarizando o trabalho.
Foi apresentada uma proposta de dimensionamento do RH, para atendimento no Caps-I, com previsão de vários profissionais, conforme a especialidade e necessidade de cada um dos pacientes. Entretanto, o projeto permanece na gaveta do secretário da Saúde e da Administração, sem que seja implementado.
Alagamento
Nos últimos dias, a cidade foi atingida por temporais, que provocaram alagamento em vários bairros. E as escolas não ficaram livre dessa situação. Na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Favo de Mel, a água invadiu as salas, destruiu material de trabalho com as crianças e gerou uma série de problemas.
Na segunda-feira, foi a vez da Emei Arco Iris sofrer com alagamento. A água da chuva e de esgoto invadiu o prédio, provocando a destruição de materiais e contaminação do ambiente. “Essa é a verdadeira situação de nossas escolas, que os(as) nossos(as) servidores(as) enfrentam diariamente, para ensinar as crianças a lerem melhor. É nestas condições que todos trabalham, sob risco de contaminação, em condições precárias e desumanas”, desabafou Vanilda Gonçalves de Lima, presidenta do SINDIMMAR (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília).
Ambulância
E a situação precária não atinge somente os prédios da rede municipal de educação. A Central de Ambulâncias, que foi transferida recentemente para um imóvel no final da avenida Castro Alves, também apresenta problemas estruturais. O prédio tem parte da rede elétrica exposta, sob risco de um curto-circuito e até uma incêndio, vaso sanitário do banheiro solto, com risco de acidente e de contaminação do ambiente.
Além destes problemas, o imóvel não é adequado para comportar todos os veículos da frota da saúde. A garagem é muito pequena e quente, exigindo muito esforço dos(as) servidores(as). O ambiente não é climatizado, falta ventilação adequada, água potável e até mesmo espaço para descanso.
Até mesmo as ambulâncias que fazem o transporte de pacientes para hospitais em Marília e cidades da região, apresentam precariedade. A falta de manutenção coloca em risco a segurança dos usuários e dos(as) funcionários(as), que fazem o transporte das pessoas até os hospitais.
Ainda na área da saúde, várias UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e USFs (Unidades de Saúde da Família), estão com infiltrações e rachaduras. Os prédios com situação mais crítica estão nos bairros Alto Cafezal, Vila Jardim, Jardim Planalto e Santa Augusta. “A situação está se agravando a cada dia que passa, sem que a administração municipal adote qualquer providência para garantir a infraestrutura, a segurança dos usuários e as condições de trabalho dos(as) servidores(as)”, ressaltou Vanilda.
Leia mais em: Sindimmar define índice da campanha salarial em 2024
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